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Minha vida cabe em caixas… enquanto fico na esperança de um visto

Rótulo - Bioma trat X - Versão 2025.pdf (3)

A realidade de uma mudança que começa muito antes do avião decolar

Oi, eu sou a Iza. Tenho 38 anos, sou mãe da Clara, esposa do William e no momento em que escrevo esse texto, meu visto está parado no consulado desde o dia 16 de abril.

A previsão da viagem? Junho.

O sentimento? Uma mistura delicada de esperança, ansiedade e um leve desespero disfarçado de organização.

Sim, a vida continua. Mas ela também está sendo encaixotada.

Estamos vendendo tudo: o sofá onde passamos tardes em família, a cama que sobreviveu a duas mudanças, a escrivaninha da Clara, que ainda guarda marcas de canetinha.

Cada objeto saindo de casa é também um pedaço simbólico da história que construímos aqui e que agora damos adeus com um preço, um Pix e um nó na garganta.

O e-mail que não chega

Desde que a documentação foi enviada, todos os dias eu abro meu e-mail com o mesmo ritual: respiro fundo, clico no “atualizar” e espero ver aquele assunto mágico: “Seu visto foi aprovado.”
Mas o que chega mesmo é propaganda de supermercado, notificação de boleto e, ironicamente, promoções de passagem pra Lisboa, que eu ainda nem sei se poderei usar.

E é nesse limbo que muitas famílias estão agora: com a vida empacotada, o dinheiro contado e o coração dividido entre o “e se der certo?” e o “e se não der?”.

A despedida antes da partida

Vender tudo não é só esvaziar a casa, é começar a se despedir antes da hora.
É viver entre o “ficar” e o “partir” sem garantia de nenhuma das duas opções.

A cada móvel que sai, a casa ecoa mais.
E a cabeça também.

Enquanto isso, a Clara pergunta:

“Mamãe, a gente vai mesmo pra Portugal?”

E eu sorrio, faço que sim, e rezo por dentro: que o visto venha, que o plano funcione, que a coragem continue maior que o medo.

Por que estou contando tudo isso?

Porque ninguém prepara a gente pra esse meio do caminho.
Todo mundo fala sobre como é bom quando o visto sai.
Sobre como é difícil quando ele é negado.
Mas quase ninguém fala sobre o que acontece quando você está só esperando.

E é aí que mora a confusão: você já não vive mais aqui… mas também ainda não pode viver lá.
Você não pode comprar nada novo, nem cancelar tudo de vez.
Fica nesse equilíbrio frágil entre o planejamento e o improviso.

Se você também está nesse limbo…

Eu só quero te dizer uma coisa: você não está só.
Essa espera é desconfortável, silenciosa, e às vezes bem injusta.
Mas é também o começo de uma travessia. E mesmo com medo, a gente atravessa.

Enquanto o consulado analisa nossos papéis, a gente organiza o caos, limpa armário, abraça o desconhecido.
Porque o recomeço começa antes da mudança oficial.
Ele começa quando a gente decide ir mesmo sem ter certeza de como vai chegar.

E se por acaso esse visto não sair a tempo, a gente respira, remarca, recomeça o plano.
Mas não desiste.

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